10/16/08

Casamento forçado

Este é um tema actual. Tem se criado programas e programas para combater o casamento forçado /entenda-se, casamento organizado pela familia, ao contrario do ocidental casamento resultante do namoro entre os futuros conjuges), dentro das comunidades imigrantes. Explico melhor:

Familias compostas, normalmente de pai e mãe de um outro pais de origem (exemplos: Paquistão, Afganistão, India, Siria e Somalia), mas residentes na Noruega. No papel, as suas criancas (raparigas, entenda-se) sao norueguesas, mas a uma dada altura, geralmente ao atingirem a adolescencia, sao "levadas de ferias" para o país de origem dos pais, de onde regressam casadas.


Pois, recebi a dias um email, vindo da "Direcção para Integração e Diversidade", em que me perguntam se a minha recém criada organização vai trabalhar nessa vertente também. Bom... fiquei a pensar, consultei a minha colega, cuja resposta foi "o governo está a pôr muito dinheiro nessa área, vamos dizer que sim", ao que eu chocada perguntei "mas... temos que apresentar trabalho nessa área entao, e eu não nos vejo a apostarmos nisso". De todas as formas, ainda estou a pensar...

A razão da escrita deste post é precisamente o casamento forçado. O caso é que há uma menina (23 anos para ser mais precisa), que tem vindo e cuidado da minha filha quando tanto eu como o meu esposo temos que sair a noite.

Depois das ferias de verao no seu pais natal, Iraque, ela esteve cá em casa na semana passada, e toda radiante, me contou:
-Amélia, estou noiva!
- Ah, que bom! Noivaste durante as ferias?
- Sim! Ele é tao lindo, tem um coracao tao lindo...
-E tu ja o conhecias?
- Não, mas ele é sobrinho da sogra da minha irmã.
-Ok. E tu estás feliz?
-Ai sim, muito!
- Desejo-vos muitas felicidades.


Pois é... penso nem tudo é preto e branco. Existem também os cinzentos. E há que analizar as suas nuances...

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